sexta-feira, 27 de março de 2009

Minha tia-avó

Uma vez, ao ver uma moça que finalmente morria pelo câncer, minha tia-avó, já emaconhada, disse: “Foi um alívio”. Porque a moça sofreu tanto com essa doença e também com o tratamento, que a única cura que ela poderia almejar era a morte.

Semana passada, quem morreu foi Clodovil. Ele não tinha câncer, não tinha AIDS, não tinha qualquer doença que anunciasse sua morte com alguma antecedência. Morreu vítima de um AVC: de um dia para o outro, ele já não mais existia. Minha tia-avó, ao ler no jornal a notícia fatal, disse o de sempre: “Foi um alívio”. Porém, desta vez havia um complemento: “Foi um alívio para todos nós! Graças a Deus morreu este homem!”

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