segunda-feira, 12 de julho de 2010

O trabalho que um blog dá

Se você soubesse do trabalho que um blog proporciona a seu criador, talvez nunca lesse blogs. Ler blog é que nem comprar produto importado da China. Ora, você sabe que aquilo é produto de mão de obra escrava. E mesmo assim consome.

Eu falo isso pelos outros, porque ganho uma fortuna com este blog.

sábado, 3 de julho de 2010

Uma opinião.


Se eu fosse você, entraria no blog Eu não sou mané, Garrincha! Parece que lá está mais movimentado do que cá.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Primeiras Estórias Póstumas de Brás Cubas

Eu tinha parado de fazer isso. Mas tem horas que meu ego cobra-me a atenção, e é preciso tomar providências. Eu conheci um homem que não agradava o ego, e não aconteceu nada com ele. Mas poderia acontecer.

Bem, eu dizia que tinha parado de revelar farsas dos autores mundiais que utilizaram meus serviços de ghost writer. Eu não revelei durante anos, mas ultimamente tenho visto que a multa pelas revelações é bastante pequena. O Dostoievski cobrou apenas 30 rublos por eu ter dito que Os Irmãos Karamazov é um plágio de meu livro Os Irmãos Caras de Pau.

Há muita gente falando que o Saramago morreu de desgosto após eu ter dito que O Ensaio da Cegueira, que representa em sua literatura o que O Alquimista representa na literatura de Paulo Coelho, é um plágio de meu livro O Ensaio da Cegueta, lançado em 1935 pela editora Companhia das Letrosas. O nome da editora é um pouco peculiar, mas entenda. Ela foi fundada por duas irmãs leprosas e estudadas em letras. Uma queria que a editora se chamasse Companhia das Letras – nada tem a ver com a atual editora homônima – e outra queria que se chamasse Companhia das Leprosas. Resolveram misturar:

- Companhia das Leprosas.

Pois bem. Hoje desejo desmascarar dois autores muito reconhecidos em nossa língua: Machado de Assis e Guimarães Rosa. Machado é o que fundou a Academia Brasileira de Letras. Guimarães andava com os bois.

Antes, lembremo-nos de um romance meu do século XIX: Primeiras Estórias Póstumas de Brás Cubas. Este livro causou grande furor no meio literário. Por conta dele, recebi inúmeros convites para festas de 15 anos – é que na época, costumavam convidar grandes autores para participar de festas especiais. Faziam isso também porque minha predileção por bolinhos de queijo ficou famosa – e este era um prato essencial nestas festinhas.

Depois de alguns anos este livro caiu em esquecimento. Não é pela fraca qualidade literária que ele possa ter. Ou então por ser um livro datado. Nada disso. É que nos anos seguintes lancei livros tão espetaculares, que os antigos foram sendo descartados. Entenda: nenhum cérebro humano é capaz de acrescentar muita informação nova sem descartar informação antiga!

Mas Machado de Assis era um rato de biblioteca, como costumam dizer. Isso se deve aos dentes grandes que ele tinha. E também porque passava horas nas bibliotecas do Rio de Janeiro procurando livros raros e lendo alguns. Foi numa tarde cinzenta que ele se deparou com meu Primeiras Estórias Póstumas de Brás Cubas.

Ele achou a primeira parte (Primeiras Estórias) um pouco prolixa e repleta de neologismos. Preferiu a segunda, um pouco mais enigmática e dona de um estilo literário cru e realista. Machado, sabedor do esquecimento cotidiano do brasileiro, copiou esta segunda parte de cabo a rabo, e lançou seu livro Memórias Póstumas de Brás Cubas. Certamente ele tirou o título de uma reflexão minha feita no terceiro parágrafo:

“Esta parte do livro denominada Brás Cubas poderia muito bem ser denominada Memórias Póstumas de Brás Cubas. Eu só não dei este nome porque iria colidir com o primeiro ato do livro, denominado Primeiras Estórias.”

O livro fez grande sucesso na época, e é mui vendido até hoje. Pelo menos é o que a minha professora de primário dizia.

O resto da história você já deve saber. Guimarães Rosa por acaso descobriu meu livro e notou que Machado havia copiado a segunda parte, repito, de cabo a rabo. Ele poderia denunciar o grande escritor. Ele poderia achincalhar o grande escritor. Ele poderia manchar para todo o sempre o nome do grande escritor. Ele poderia mandar o escritor à puta que o pariu. Mas fez melhor. Deixou quieto e copiou a primeira parte, repito de novo, de cabo a rabo, e deu ao livro o nome de:

- Primeiras Estórias!

Sim, senhor.