quarta-feira, 29 de julho de 2009

Funcionário do mês - Agosto


Quando me disseram que Deus escreve certo com linhas tortas, não acreditei. Pensei que não haveria por que escrever com linhas tortas, só para confundir o leitor. Além do mais, a partir do momento em que as linhas se entrelaçam, a leitura fica impossível. Pode-se dizer, até, que quem escrever com linhas tortas, não escreve certo. Compreende?

Mas esta minha impressão se revelou equivocava no momento em que recebi uma carta de Deus na manhã de hoje.

Uma vez alguém foi ao Japão e me disse que a tecnologia dos japoneses se revela nas pequenas coisas. Como na privada que eles usam todo dia, que limpa sozinha as fezes, aquece o acento, dá descarga assim que o sujeito se levanta! Pois Deus também é assim. Ele se revela perfeito nas pequenas coisas, como nesta carta. Logo no remetente se vê que a letra dele é bonita como uma letra cursiva, mas compreensível como se fosse à máquina. Graciosa como feminina, firme como masculina.

Ele me informou mais tarde que lambeu o envelope em duas partes: Onde iria o selo e para fechar a carta. Aí percebi que a saliva divina é a base da cola Pritt. Eu não me surpreenderia se, após uma árdua pesquisa, alguém concluísse que Pritt significasse saliva de Deus, ou saliva divina. Não é preciso fazer esforço algum para abrir a carta, mas é possível ter a certeza de que ela não abriria sozinha em algum incidente.

Desculpe-me por falar tanto sobre a aparência da carta e muito pouco sobre o conteúdo. Mas por que falar do conteúdo, se Deus é perfeito em suas observações, em seu raciocínio e em seus questionamentos? Ele é mais convincente que do o Padre Antonio Vieira num dia inspirado. Mais irrefutável que um argumento de Pitágoras. E mais popular que um discurso do Lula.

A escolha de Deus, não preciso dizer, foi deveras merecida. Vamos a ela.

"Olá, André,

Tudo bem?

Desculpe-me pela chuva de ontem no exato momento em que você saía do trabalho. Foi uma necessidade que surgiu no momento. Era para matar um mendigo afogado.

Você queria que eu falasse do funcionário do mês, não é? É o doutor Jairo Bouer.

Não posso justificar no momento, porque há outras coisas a fazer.

Grande abraço,

Deus - aquele em quem você pode confiar

Ps: Gostou do meu novo slogan?”

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Sobre a gripe suína

Os leitores deste blog vem há muito cobrando uma atualização constante deste espaço. Ora, dizem, se o André posta todo dia, por que não posta há um mês? Será que ele pegou gripe suína?

Não, meu leitor. Fique tranquilo, pois este mal ainda não me acometeu. Assim como eu não pegar esta gripe é vantajoso para você, pois continuará lendo o melhor blog do mundo, é vantajoso para mim que você se livre dela, porque o melhor blog do mundo, acredite, precisa de leitores.

O maior equívoco dos autores que tratam do assunto da nova gripe é o de achar que é preciso higiene constante para se afastar dela. Eis o raciocínio deles: Como os porcos são sujos e têm a gripe, nós, humanos, não podemos cometer o mesmo erro e devemos nos limpar constantemente. Este é o típico erro daqueles que acham que devemos temer a gripe.

Amigo, se você não quer pegar a gripe suína, não pode temê-la. Ela é que tem que sentir medo de você.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Maluf & eu


Eram sete horas da noite quando o telefone tocou. Não, minto. Talvez seis. Ou foi ele que pediu para dizer que eram sete? Ah, lembrei! Ele falou para falar que era sete horas caso alguém perguntasse. Mas ninguém perguntou. Eu é que estou contando, então posso falar que eram seis horas da tarde.

- Fala, Paulo. Por que você me liga a essa hora?

- Não fala meu nome assim!

- Mas eu disse só Paulo. Tem um monte de Paulo. Acho que o senhor está com peso na consciência. Tem alguma coisa que queira me contar?

- Tem. Mas só pessoalmente!

- Mas você não disse que conversou com o homem da polícia federal que bloquearia seu telefone, que já está tudo resolvido?

- Mas pode ser que ele seja...

- Seja que nem você? Que conta coisas que não são exatamente verdadeiras?

Silêncio.

- Por via das dúvidas eu quero que você venha aqui ouvir. Eu preciso contar para alguém.

- Mas Paulo, eu estou com preguiça! Eu posso esperar uma semana, porque você sempre acaba contando para os jornais! Eles sempre descobrem!

- Você não está entendendo. Eu preciso desabafar! Quando os jornalistas vêm me questionar sobre o assunto, eu conto a verdade. Mas eu conto como se fosse mentira.

- Entendi. Tô indo praí!

Desligamos o telefone sem dar tchau.