segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

E os leitores se manifestam.

O sucesso deste blog é irreversível. Se antes eu poderia dizer, não sem algum charme, que este blog não foi feito para fazer sucesso, senão para expor meu brilhante ponto de vista sobre tudo, hoje me orgulho muito das milhões de pessoas que entram aqui diariamente. Isso mesmo. Não tenho orgulho por mim mesmo ou pelo blog. É o meu público que me deixa orgulhoso por ser tão inteligente.

Quarta-feira, ou quinta, talvez sexta, uma pessoa deixou um comentário ilustrativo. Ele será usado como exemplo negativo, mas não é motivo para a pessoa se sentir diminuída ou desmotivada na leitura. Preservar-lhe-ei o nome, mas quem quiser pode ver nos comentários de um post anterior. "Viciei no seu blog. Mas escreva com mais frequência, por favor. Obrigada."

Achei que nunca seria preciso, mas agora revelarei uma parte de meu contrato com a empresa multinacional que faz a divulgação do blog.

Está no segundo parágrafo, na terceira linha da quarta página da versão brasileira do contrato: "O André não pode seguir, de forma alguma, as sugestões dos leitores. Caso isso aconteça, ele perderá milhões." Esta, admito, foi uma exigência minha. Ninguém me obrigou a acrescentar no contrato uma cláusula que me faria perder milhões senão eu mesmo! Claro que tomei o cuidado de não dizer para onde vão estes milhões, mas esta cláusula foi a responsável pelas manchetes relatando meu contrato milionário.

Pedi isso porque não sou chegado a opiniões. Se alguém lê um texto meu e pergunta, "Posso só dizer uma coisinha?", a minha cara não fica somente fechada... fica trancada! Ora. O leitor quer que o texto fique com a cara dele? Pois então que faça um texto com a cara dele! O meu texto fica com a minha cara.

Tem gente que diz que é preciso corrigir algumas coisas pelo simples motivo de elas estarem incorretas. E esta é a pior correção. Este tipo de leitor lê os textos caçando erros. É com enorme satisfação que eles dizem: "Você não é perfeito!" Mas isso nós já sabemos. Basta ver o tamanho de meu nariz para saber que não sou perfeito. O texto não é feito para ser perfeito; é feito para ser lido.

É claro que esta não foi a intenção da pessoa que comentou neste blog em um dia qualquer da semana passada. Ela teve a boa intenção de pedir mais textos como o cachorro pede mais biscoitos ao dono! Mas a cláusula dos milhões complicou a minha vida e a do leitor. Porque eu desejava realmente escrever mais textos. E pedindo, o leitor me impediu.

Por isso, quando alguém quiser pedir alguma coisa, é melhor que não peça explicitamente. Faça uma sugestão subjetiva ou subliminar. Ou mesmo diga que não quer determinada coisa, e talvez eu veja nisso uma boa idéia!

Se o leitor quiser que eu escreva mais, não escreva: "Escreva mais". Escreva: "Não escreva mais". Eu posso gostar da idéia e escrever mais.

5 comentários:

Felipe disse...

Agora todo não-pedido poderá ser interpretado como um pedido, e a qualquer sugestão só lhe restará a indiferença, pois contrariando-a ou assumindo-a você seguirá seu leitor.

(Não) escreva mais!

Anônimo disse...

a sabedoria do contrário costuma funcionar no universo dos blogs. Até porque normalmente os leitores não entendem ou levam muito a sério o que é publicado rsrs
Abraços, André

Anônimo disse...

não gostei.

Anônimo disse...

Você não precisa gostar, daaam

Thiago disse...

Assim como o Rei, do Pequeno Príncipe !

Mas psicologia do reverso funciona bem mesmo é com crianças rebeldes !