Dizem que Britney Spears enlouqueceu. Primeiro cortou o cabelo até ficar careca. E desde então comprou perucas, muitas perucas. A próxima, com a qual aparecerá em público nos próximos shows, custará um milhão de dólares.
Com este dinheiro, uma pessoa pobre poderia comprar um jogador de futebol. E ainda teria cabelo de verdade. Mas Britney, como não tem, gasta todo este montante em perucas.
Esta história mostra uma contradição muito comum de todas as épocas. A do rico careca que daria todo seu dinheiro para ter cabelos. E ao mesmo tempo, do outro lado da rua, há o pobre cabeludo que daria todos os cabelos para ser rico.
Pois que o rico compra perucas. O nosso mundo é o que há gente ruiva, loira, grisalha, mas careca! Esta é a vingança dos pobres que não têm um milhão – mas têm cabelo. O rico compra a peruca que quiser, da cor que quiser. Mas sempre haverá alguém a lhe apontar e propalar com força: - "Careca!"
Porque não é só o cabelo da peruca que é diferente. Há a postura da pessoa que muda. Não há problema algum em ser careca. Há até quem goste - e nisso não há o menor mau gosto. O problema está em achar ruim não ter cabelos. Tão ruim, que se compra uma peruca.
É neste momento que o rico percebe que há coisas que não se compram, como cafuné, beijo, chulé, simpatia, sapiência, dedo, beleza, decência, nome bonito e cabelo! E isto é deveras salutar.
O pobre deve exaltar mais seus cabelos. Da mesma maneira com que o rico ostenta seus carros caros. O despeito não pode ser em vão.
O rico de nosso tempo perdeu a noção do seu tamanho. O que mais lhe carece ouvir é que ele é apenas rico. E assim, capaz de ter apenas o que o dinheiro alcança. E nos tempos em que dinheiro parece ser tudo, ficar careca é uma grande lição.
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