Jorge retirou um copinho de plástico e nele colocou café. Como estava muito quente, Jorge segurou o copinho por cima, onde se põe a boca. Levou direitinho até sua mesa, onde se esqueceu de tomar. Continuou a trabalhar como trabalha todos os dias.
Armando acordou sem vontade de fazer cocô. Tomou seu café da manhã normalmente, tomou banho e escovou os dentes olhando-se no espelho. Depois de se vestir, ainda sobrou um tempo, que foi aproveitado para ver um pouquinho de televisão. Como não passava nada de relevante, resolveu rumar ao trabalho um pouco mais cedo. Ao rodar a chave da porta de casa, sentiu uma vontade de fazer cocô. Ele pensou nessa hora que rodar a chave sempre dá vontade de fazer cocô. Sorte de quando isso acontece quando se chega em casa, não quando se sai. Olhou no relógio e só havia três minutos de folga. Tempo insuficiente para defecar.
Jorge telefonou para algumas pessoas, entre elas Bill Clinton. Mas Bill estava ocupado e prometeu que lhe telefonaria depois. Quando ia colocar o telefone no gancho, Jorge esbarrou no copinho de café, já frio. Derrubou todo pela mesa. Seu chefe direto acabara de entrar na sala, e quando viu o café todo esparramado, ordenou a Jorge que fosse pegar papel no banheiro. Jorge correu até lá e, como não havia papel de secar as mãos, foi obrigado a pegar papel higiênico. Havia cinco cabines, escolheu a primeira porque ninguém resolveria utilizar a primeira cabine para defecar. Pegou um pouco de papel higiênico que se revelou insuficiente. O chefe, enlouquecido, ordenou que pegasse o papel higiênico inteiro. A mesa estava limpa e Jorge se esqueceu de levar o papel higiênico de volta.
É este o motivo de Armando estar com esta cara incomodada e este mau cheiro. Na hora do almoço, foi correndo ao banheiro. Utilizou a primeira cabine porque era a mais próxima.
Bill Clinton nunca mais telefonou.
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