quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Entrevista com André #3

Na entrevista de hoje, André se mostra não bi, mas tripolar. Chegou animado, dando respostas efusivas que não costumam fazer parte de seu feitio. No decorrer da entrevista, porém, o clima esquenta. A diferença é como a de um banheiro limpíssimo em que um sujeito entra para lavar as mãos e de repente faz um cocô e não dá descarga.

Eu: Como estamos? Esse sorriso não me engana!

André: Aconteceu uma grande coisa no início desta manhã. Claro que não foi uma medalha de ouro do Brasil nem uma grande notícia sobre meu time. Aconteceu que encontrei meu relógio que não funciona!

Eu: Jura? Onde estava? Você o procurava há muito tempo?

André: Na gaveta de cima.

Eu: Muito bem, muito bem. Vamos ao que interessa. O blog passou a ser mais visitado depois da divulgação de ontem?

André: Rapaz, seu blog é muito freqüentado, viu? Porque desde que nossa entrevista foi publicada, muitas pessoas entraram no meu blog também!

Eu: Uma mão lava a outra.

André: Que que tem mamão?

Eu: Uma mão lava a outra. Mão.

André: Ah, sim!

Eu: Eu tenho uma curiosidade sobre seu blog. Você não se sente invadido? Não vê muitas pessoas se apropriando do que você diz?

André: Vejo, sim. Mas isso aconteceria de qualquer outra forma, como sempre aconteceu. Eu falo uma coisa totalmente nova, e a pessoa olha para mim concordando, como se já tivesse pensado nisso antes. Ou como se eu tivesse dito uma coisa banal. Quanto ao blog, é inevitável. Aconteceria de um jeito ou de outro.

Eu: É verdade, é verdade. Você já viu muitas pessoas dizendo o que você disse como se fosse delas?

André: Já, sim. Mas eu acho que elas fazem isso para se sentir como se fossem eu. É a mesma coisa que eu colocar uma fantasia do Hulk. E agir como se o Hulk fosse eu! Francamente!

Eu: Calma. Não se enerve, que já estamos encerrando. Conte um pouco mais sobre o transtorno tripolar de um superior seu.

André: Superior, alto lá! Superior aqui na firma. Superior a mim, só três pessoas: meu amor, porque é a pessoa mais linda, graciosa, perfumada, ajeitada, gatinha, enfim, porque é a melhor pessoa mesmo do mundo; Edmundo, porque já jogou no meu time; e Michael Phelps, porque teve antes de mim a idéia de se dopar antes de uma Olimpíada. (Michael Phelps e Edmundo são inferiores ao meu amor) Agora, o transtorno de tripolaridade eu inventei para caracterizar uma pessoa de minha firma. Pensei: bipolar é pouco para ela. Por isso: Tripolar! Veja, a tripolaridade deve ser entendida como uma bipolaridade acentuada; assim como a tetrapolaridade é uma tripolaridade acentuada.

Eu: Mas a tripolaridade não seria uma bipolaridade atenuada, já que tem três polos?

André: Veja. É um conceito que não deve ser levado no rigor da palavra. O que você falou é óbvio, mas de uma burrice de entendimento terrível. Ora essa!

Eu: Acho melhor encerrarmos por aqui. Opa, péra aí, dá tchau pelo menos.

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