quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O heterossexual

No dia cinco de janeiro, falei sobre as prostitutas.

O leitor experiente deve achar que tenho muita experiência com elas para falar tanto sobre o mesmo assunto. Não, não.

Nunca vi uma prostituta na minha vida! Ou melhor, já vi, sim. Mas nunca as vi sem tomar um grande susto. "Cacilda, é uma prostituta!" Não é um susto preconceituoso. Deve mesmo escapar de meus olhos uma censura, mas o susto vem da surpresa da confirmação do que já ouvi falar. "Existe mesmo! É verdade!"

Acho que o susto que me dá ao ver uma prostituta é o mesmo que teria se visse Deus ou um ET. "Existe! Pois então existe!"

Falo delas sem ter a menor intimidade física. Mas imagino como seja. A vantagem é a de que vocês não têm um texto contaminado por HIV e que não passa chato quando se entra fundo.

Pois o mesmo leitor experiente, num dia calmo desses, gritou sem saber do absurdo que estava dizendo: "Eu gosto é de mulher!" Ninguém se espantou, pois ninguém sabia que era um absurdo o que se estava ouvindo. O que este leitor disse teve o mesmo impacto de alguém dizer há mil anos que a terra era quadrada. Era um absurdo, mas ninguém sabia disso.

Gosta de mulher, leitor? Qualquer mulher? Então é melhor que o senhor já tenha um plano de saúde, pois é um doente! Um doente que não tem a menor vergonha de exclamar a própria doença!

Quando um homem diz que é heterossexual, o que está primeiramente claro é: Ele não faria, em nenhuma hipótese, sexo com homens. Depois, que faria sexo com uma mulher de sua preferência.

Uma pessoa saudável não faz sexo com mulheres. Faz, sim, sexo com uma mulher. Fazer sexo com duas exige muita potência e pode transmitir doenças desagradáveis.

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