sexta-feira, 8 de maio de 2009

Com medo da gripe suína, José Ferreira entra no ramo de cavalos

Foi anunciada na noite de ontem uma reviravolta no que se diz respeito à suinocultura nacional. José Ferreira, que ganhou a vida financiando porcos aos brasileiros, resolveu fazer uma troca insólita. Sai do ramo dos porcos para entrar no de cavalos. Ele tem medo da gripe suína.

Ferreira, conhecido no interior como Porquinho (também porque seu nariz lembra o de um porco), deve toda sua fortuna aos porcos. Nascido na favela de Paraisópolis, nos anos 80 enxergou nos suínos uma forma eficaz de ascensão social. “Na época, quem comia porco no Brasil ou era leão ou granfino. O que eu fiz foi popularizar os suínos, e até ontem a carne de porco era mais barata que a de boi”, diz Ferreira.

As notícias da gripe suína se alastrando pelo mundo pegou Porquinho de surpresa. “Olhava para meus porcos como se fossem uns traidores. Os trato tão bem, para transmitirem gripe para mim? Assim não dá”, diz, visivelmente transtornado. Questionado com informações científicas que indicam que a carne suína não transmite o vírus, Porquinho mantém-se impassível: “Não acredito nos cientistas”.

A escolha pelo cavalos foi como um deja vu. “Escolhi criar cavalo porque quem é que come cavalo no Brasil, hoje em dia? Só granfino ou leão. Levarei o cavalo para o povo!”, propala em tom encantador, que ninguém ousa duvidar.

Os porcos de todas as fazendas de Porquinho foram queimados para dar lugar aos cavalos que devem chegar em 15 dias. Os Sem-Terra que tentaram invadir o local, atraídos pelo cheiro da carne queimada, foram afastados por seguranças armados.

Nenhum comentário: