por Ewerton Clides
Vejo pessoas falando palavrões nas ruas sem a menor vergonha.
Quarta-feira passada um homem pisou nas fezes de um cão e exclamou um palavrão com a soberba de quem diz uma frase de impacto sociológico! Eu lhe olhei assustado, ofendido. Por que um palavrão no meio da rua? Lugar para fezes, gases e palavrões é no banheiro!
Ele, no instinto de defesa, perguntou se eu, Ewerton Clides, digo palavrões.
Ora, é claro que não digo. Como também é claro que se dissesse, não admitiria! Meus grandes textos sociológicos de toda minha vida perderiam o status se eu falasse palavrões. Sou conhecido como Ewerton Clides, o controlado. Sociologia não admite descontroles nem palavrões. Aconteceu, porém, de uma vez eu dizer um palavrão.
Uma pessoa conhecida estava a atravessar a rua – fora da faixa de pedestres, é claro - no movimentado centro da cidade de São Paulo. Um carro vinha na direção dele, na iminência de atropelá-lo, e eis o que ele ouviu sair de minha boca:
- Porra, Arnaldo!
Ele imediatamente se virou, rindo, surpreso de eu, Ewerton Clides, dizer um palavrão.
- Por que você disse porra, Ewerton Clides?
- Não, Arnaldo! Eu não disse porra; eu disse corra!
E foi assim, explicando que não havia dito um palavrão, que eu, Ewerton Clides, disse meu primeiro palavrão.
2 comentários:
Show de bola, Parmerista!!! Eu quero sugerir que você faça uma entrevista com o Jô Soares. O garotão não gosta muito de falar, mas para um veículo reconhecido internacionalmente - como o ENSV,M - com ctz ele cederá.
Abraço!
Eu ja vi essa do porra e corra em algum outro lugar antes...pq sera???
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