Terça pela manhã, após tomar meu achocolatado em porções generosas, meu telefone tocou estridentemente. Claro que ele tocou como sempre toca, e não sei se por que era de manhã e eu estava mais sensível, ou se foi por puro pressentimento mesmo, era um toque estridente demais, desesperado demais.
Era de um aluno meu de Desaparecida do Norte.
Eu não gosto de receber telefonemas, mas este aluno é um caso específico. Pois ele se matriculou na faculdade na qual dou aula simplesmente por minha causa. Ele vem todas as terças-feiras presenciar minhas aulas e falta os outros dias justamente para reprovar o ano e poder assistir sempre minhas aulas. É uma grande pessoa.
Ele fez a seguinte pergunta:
Você tem alguma coisa edificante para me dizer nesta manhã de Terça-feira?
A minha resposta foi que sim, que realmente tinha uma coisa edificante para lhe dizer naquela terça-feira. Era uma coisa que mudaria a vida dele. Que teria influência em muitas horas semanais.
Eu disse para ele não me ligar nunca mais, e que também não fosse mais às minhas aulas. Porque parecia ser um enorme mal-amado. Para ele parar com aquele fanatismo, que estava me assustando!
E que cortasse o cabelo.
2 comentários:
Caro Ursípedes
Como membro docente de tão prestigiada entidade do saber, como pôde você passar tamanho sofisma para seu mais brilhante aluno? Por essas e outras que seus discípulos estão passando a rarear, com a prática desenfreada do hara-kiri, tamanha decepção pelo desprezo do mestre.
TZIM (barulho metálico de sua wakizashi saindo da bainha)
FLOOF (ruído da wakizashi reduzindo em 90% o volume de meu estômago)
HAAAAAAAAAAAAAAAAA.....
PING, PING (gotas de cerveja escorrendo no chão)
Em tempo: detesto marrom!!!
Atenciosamente
F.Homer
André dá aulas em faculdade? o_O
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