quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Eu não sou virgem, Maria!

Olha, minha filha, eu sou uma pessoa muito respeitosa. Gosto muito de ajudar as criancinhas lá da minha escola. Eu sou professora, sabe. De pré. E elas tratam a gente mal, sabe? Falam que meu cabelo é pixaim, que parece mola. Aí eu falo, ô Maurinho, mas você adora mola! Não na cabeça, ele diz.

E meu salário é bem ruinzinho, sabe? Mil e pouco, e ainda tem o vale transporte descontado no salário. E o vale transporte que eles descontam é pra corinthiano ficar encoxando a gente de pau duro.

Desculpa, não me olha assim, mas eles se esfregam de pau duro na gente. Em mim, que não sou lá essas coisas, eles esfregam assim. Imagina em mulher gostosa e bunduda? Credo, dá até arrepio. Arrepio ruim, viu!

É quase isso que eu quero dizer, Maria. Não olha desse jeito, que é aí que eu não consigo dizer! Não, cala boca! Tá bom, eu digo:

- Eu não sou virgem, Maria!

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