sexta-feira, 17 de abril de 2009

William

Fazemos coisas terríveis em nome da seriedade. William é um bom exemplo disso. Ele se nega, se corrompe, se exclui - pela seriedade. E faria muito mais.

Veja a roupa dele. Sempre um terno escolhido por outrem, que ficaria perfeito em qualquer um. E o semblante? A mesma coisa. É um esforço contínuo para que não prestemos atenção nele. É um disfarçado profissional e proposital. Esta tentativa é tão nítida e engraçada, que o pensamento óbvio provocado é: “O que ele quer esconder com tanta seriedade?”

Nunca sei se a seriedade existe mesmo ou se o que chamamos de seriedade é somente uma negação do que nos é cômico. Nesta segunda opção, ela seria somente um anteparo entre o cômico íntimo e o olhar alheio. Um anteparo que pode ser transparente, uma peneira ou algo inexpugnável, que de vez em quando – quase nunca – se distrai, e tudo o que é engraçado e cômico de uma determinada pessoa é escancarado de repente.

William pretende, sempre, transmitir confiança e seriedade a tudo que diz. Na maioria das vezes, consegue. Porém, sua personalidade é revelada em seu erro. Ou melhor: Ele se escancara quando perde o controle da situação e sua seriedade se esvai em um segundo, como numa explosão. Seu anteparo abre uma fresta, e toda sua personalidade é extravasada em um pequeno sorriso, ou num olhar engraçado.

Um comentário:

Vô do Thiago disse...

Caracas!!!

O cara usa outrem no txt!!