Hoje me ocorreu algo que acho que não sei se faço bem em compartilhar com os leitores deste blog.
Eu voltava de ônibus do Guarujá no horário enfadonho das 6:30. Fazia sol, e era uma das únicas situações em que ele não era aprazível, pois estava fugindo dele.
Sentei-me na poltrona da janela, achando um grande negócio, quando um sujeito enorme visivelmente embriagado, com um visível tapa-olho de pirata, grita:
- Creio que seremos companheiros de viagem!
Eu sorri um sorriso que bem sei que parece desgosto. É um sorriso que eu dava antigamente sem saber que demonstrava irritação. Até o dia em que sem querer o sorri no espelho e vi:
- Que nojo!
Desde então eu o utilizo para o que ele realmente parece.
Ele perguntou onde moro, e é unicamente por isso que conto a história.
- Moro na Zona Sul.
Ele quis saber o bairro. Menti:
- Lá prá Cambuci!
- Lapa ou Cambuci? - ele respondeu.
- Cambuci, Cambuci.
Aí foi que percebi que quando disse "Lá prá", pareceu Lapa.
Perceba que ele usava um tapa-olho, não um tapa-ouvido.
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