sexta-feira, 19 de junho de 2009

Encontro com os Beatles

O leitor deste blog deve estar se sentindo nos anos 60. Desde aquela década que não há uma overdose de Beatles como tem acontecido aqui nesta semana. Tudo bem que uma overdose de Beatles não é uma overdose qualquer. Mas graças a mim é a última entrevista com eles nesta semana, porém a mais especial. É a primeira vez que eles se reunirão desde aquele show no teto da gravadora no século passado.

Como era esperado, o trabalho de logística para reunir tanta gente importante foi imenso. Vôos fretados da Inglaterra para o Brasil e do Brasil para a Inglaterra não foram raros! E a parte do céu que cuida da burocracia de casos de ressurreição temporária há dois mil anos não tinha tanto trabalho.

Nada melhor do que o Preto and Branco Park para se sentirem todos à vontade. Os donos do local fecharam o Park para todos nós e capricharam no efeito de luz ultravioleta que retira as cores do ambiente. Como vocês podem ver nas fotos que vêm daqui a pouco, parece que estamos realmente em tons de cinza, como antigamente.

Marcamos para o horário da tarde, que seria melhor para todos e principalmente para mim, porque não gosto de acordar cedo nem de dormir à tarde.

Contrariando as expectativas de que quem é vivo sempre aparece, justamente George e John foram os primeiros a chegar.

- Quem te viu, quem te vê, hein rapaz? - se apressou em dizer George.

- Pois é! - disse John.

Os dois se olhavam esquisito e se estranhavam. Sem dar conta de minha presença, conversaram por minutos a fio sobre os segredos do submundo. George falou da saudade de fazer cocô, e John lamentou a saudade de Coca-Cola. Ou será que foi o contrário? O assunto terminou quando John comentou sobre um desodorante do submundo. George percebeu que era com ele e trocou logo de assunto.

De novo, como George Harrison fede. É absolutamente incrível o fedor deste defunto.

Paul e Ringo chegaram mais tarde. Ringo cumprimentou a todos, sempre muito sorridente. Paul fez que não viu o John, mas John fez questão de cumprimentá-lo. Eles ficaram cerca de três minutos balançando as mãos dadas, se encarando esquisito, até que ao final sorriram, sorriram e sorriram.

Enfim, o clima parecia perfeito para uma entrevista. Para não repetir o erro de ontem, quando interagi com Paul mas não registrei tudo devidamente, tomei logo o cuidado de tirarmos uma foto com antecedência. (A foto com ele é, infelizmente, uma montagem)

Não houve briga para quem quisesse ficar no centro. O desentendimento aconteceu para discutir quem ficaria ao meu lado da foto. George argumentou que sempre foi o mais injustiçado da banda, então deveria ficar ao meu lado direito. Ringo disse que se George ficaria ao meu lado direito, ele certamente era merecedor do meu lado esquerdo. Paul se antecipou em dizer que era meu Beatle preferido, então deveria ao menos sair na foto.

John só ficou olhando.

Para sair todo mundo, colocarmos a máquina no automático, mas não deu muito certo.


Então sobrou para John, o único sem argumento, para tirar a fotografia. Ficou ótima.


- Pronto – eu disse – agora podemos ir embora.

Os quatro me olharam com bastante espanto. Pareciam estar gostando daquele momento, e eu queria encerrar tão logo?

- Vocês podem ficar aí. Eu só queria a foto.

Fui embora muito contente. Afinal, não é todo mundo que tem uma foto com os Beatles tirada pelo John Lennon.

3 comentários:

Fabio Chiorino disse...

coincidência ou não, na última semana passei por uma maratona Beatles, com direito até a assistir o documentário do Beatles com o Cique du Soleil. As entrevistas são o fino da bossa. Ou melhor, o fino do pop

Anônimo disse...

Canhestro Ursípedes


A pergunta que não quer calar: se afinal de contas a briga era para ficar de seu lado direito, por que inverteram tudo?

Saludos

F.Homer

Anônimo disse...

ATCHIM!