segunda-feira, 28 de julho de 2008

O cachorro e a mulher

Nada de anormal acontece, uma vez que a mulher não estava latindo e quem abanava o rabo era o cachorro. Os dois ofegavam, mas era o cachorro quem fazia mais barulho. Quem usava a correntinha era o cachorro, apesar de a mulher portar um colar de coração.

No bolso da mulher, dois sacos plásticos. Um era para ser usado quando o cachorro fizesse cocô e tivesse alguém olhando; o segundo era para se já tivesse usado o primeiro e o cachorro resolvesse defecar justamente quando tivesse outra pessoa olhando. O cachorro nunca fazia cocô três vezes.

Passou outro cachorro do outro lado da rua e foi o cachorro quem latiu e a mulher quem o controlou. Foi no pescoço do cachorro que doeu quando a coleira foi puxada e foi a mulher quem disse “xiu, xiu, xiu!”

O cachorro se acalmou e foi ele quem puxou a coleira para ir à arvore que estava na sombra. E ele também quem levantou a perna e fez um xixi espesso. A mulher foi quem ficou corada quando passaram três rapazes sem camisa de bicicleta.

Nada de anormal. Um dos rapazes grita:

- Cachorra!

Aquele shortinho não era para ser usado por uma mulher ao meio dia de uma quarta-feira nublada.

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