sábado, 26 de abril de 2008

Sobre a originalidade do Haroldão

De hoje em diante, seu nome nunca mais será o mesmo, disse o moço do cartório ao mudar meu nome para Haroldo.

- Moço.

- Quê.

- É Aroldo com agá, né? Haroldo.

- Isso.

Agradeci-lhe veementemente, inclusive cumprimentando-lhe as mãos. Dizem que sou pegajoso, mas chiclete é pegajoso e eu já vi várias mulheres, crianças e homens já adultos comprando na banca. Inclusive, vejo gente importante mascando chiclete em vários momentos importantes. Assim, por que evitariam o Haroldão aqui?

Eu mesmo nunca achei muito agradável gente pegajosa. O problema dos pegajosos é que eles são propositalmente pegajosos. Eu, não. Eu sou assim sem querer. E se estou falando assim, é porque dizem:

- Haroldinho, meu deus! Como você é pegajoso.

Eu respondo sempre na teoria do chiclete. Eu acho que o talento do chiclete é ser pegajoso. O problema é ser uma ervilha e querer ser rosa e pegajosa como um chiclete. Ou ser um chiclete e ser verde e sem gosto como uma ervilha. Aí não dá. É cada um com a sua função. Pois há quem goste de gente pegajosa como eu. É raro, mas tem. Assim como não é tão comum gente que goste de ervilha tanto assim.

O que eu quero dizer desde que comecei é que se eu tentasse ser uma ervilha, deixaria de agradar quem gosta de gente chiclete, ao mesmo tempo em que não agradaria gente que gosta de ervilha, porque essas pessoas preferem as originais.

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